Todas as ferramentas do eBird requerem uma taxonomia padronizada, ou seja, um entendimento comum sobre o que significa cada nome de ave. Se não queremos todos dizer a mesma coisa quando dizemos "Falcão-peregrino", torna-se impossível comparar registos de todo o mundo. Nesta página explicamos os detalhes relacionados com os diferentes aspetos de nossa taxonomia.

Links rápidos

Nomes de aves no eBird

Categorias taxonómicas

Espécies

Subespécies (ISSF ou Grupo sub-específico Identificável)

Híbridos e intergrados

Spuhs e barras

Domésticas

Download

Atualizações Taxonómicas

Apêndices 


Nomes de aves no eBird

Cada espécie no eBird tem um nome comum e um nome científico. Existem nomes comuns em inglês para todas as espécies, e esses nomes também são traduzidos para dezenas de outros idiomas. Saiba mais sobre nomes de aves no eBird aqui.


Além disso, cada ave (e na verdade qualquer ser vivo!) tem um nome científico. Os nomes científicos refletem a história evolutiva das espécies de aves, permitindo-nos compreender de forma lógica as relações entre as espécies e os seus ancestrais. Os nomes científicos incluem um nome genérico, que pode ser aplicado a várias espécies (por exemplo, Larus), e um nome específico (por exemplo, fuscus). Quando estes dois nomes são apresentados em conjunto, eles descrevem uma espécie única (por exemplo Larus fuscus). Uma subespécie é uma forma reconhecível dentro de uma espécie que se pode cruzar (mais ou menos) livremente com outros membros da espécie. Os nomes das subespécies são adicionados após o nome da espécie. Assim, Larus fuscus graelsii descreve a subespécie da Europa central e ocidental da gaivota-d’asa-escura. 


Categorias taxonómicas

A taxonomia do eBird inclui todos os taxa que possam ser identificáveis no terreno e relevantes para os observadores de aves registarem. Estas categorias taxonómicas são tratadas de forma diferente pelo eBird e são indicadas de forma explícita no ficheiro para download disponibilizado mais abaixo. As oito categorias do eBird são:

  • Espécies: por exemplo, cisne-pequeno

  • Subespécie (ISSF ou Grupo sub-específico Identificável): subespécie identificável ou grupo de subespécies, por exemplo, cisne-pequeno (bewickii) ou cisne-assobiador

  • Híbrido: híbrido entre duas espécies, por exemplo, Cisne-trombeteiro x Cisne-pequeno (híbrido)

  • Intergrado: híbrido entre duas subespécies ou grupos de subespécies, por exemplo, cisne-pequeno (Whistling x Bewick's)

  • Spuh: género ou identificação a um nível superior ao de espécie, por exemplo, cisne sp.

  • Barra: identificação do par de espécies, por exemplo, cisne-pequeno / cisne-bravo

  • Doméstico: variedades domésticas com plumagem distinta que podem voar livremente (estas aves não contam para as listas pessoais), por exemplo, pato-real (forma doméstica)

  • Forma: diversos outros taxa, incluindo espécies recentemente descritas ainda não aceites ou formas distintas que não são universalmente aceites, por exemplo, gavião-de-cauda-vermelha (abieticola), ganso-do-monte (peito-barrado)

Seguidamente descreve-se cada uma destas categorias em mais detalhe.


Espécies

A nossa taxonomia de espécies e subespécies adota a Clements Checklist, Esta é uma taxonomia global de aves que segue as autoridades regionais. Nas Americas, a Lista de Clements é largamente validada pelos dois comités AOS - o North American Classification Committee (NACC) e o South American Classification Committee (SACC) – tendo como objetivo o de atingir uma conformidade quase total. As poucas diferenças são mencionadas em detalhe no Apêndice A (NACC) e no Apêndice B (SACC). 


A taxonomia do eBird (v2023) está atualizada segundo Clements v2023. As atualizações da lista Clements ocorrem uma vez por ano no final do Outono, são documentadas de forma muito completa e podem ser obtidas aqui. As atualizações taxonómicas do eBird coincidem com as atualizações de Clements em Agosto.


Subespécies (ISSF ou Grupo Sub-específico Identificável)

A lista de Clements inclui grupos identificáveis, os quais também são usados no eBird. Grupos identificáveis - aos quais o eBird se refere como ISSFs (abreviatura de Identifiable Subspecific Forms) - são unidades taxonómicas abaixo do nível de espécie que seguem limites sub-específicos conforme definido pela lista de Clements. 


Podem ser uma única subespécie, como:

Junco-de-olhos-escuros (asas brancas) - Junco hyemalis aikeni


um par de subespécies:

Junco-de-olhos-escuros (cor de ardósia) - Junco hyemalis hyemalis / carolinensis


ou um grupo de subespécies definido por nós:

Junco-de-olhos-escuros (Oregon) - Junco hyemalis [grupo oreganus]


Junco-de-olhos-escuros (cor de ardósia), à esquerda e Junco-de-olhos-escuros (Oregon), à direita. Margaret Viens/Macaulay Library at the Cornell Lab (ML83718271) e Rebecca Matsuraba/Macaulay Library at the Cornell Lab (ML87899961). 


Esses grupos permitem que os eBirders observem as diferenças identificáveis e estudem a distribuição e a abundância de diferentes formas sub-específicas, nas regiões onde ambas ocorrem. Essas informações podem ser úteis para investigadores e conservacionistas; além disso, se este grupo vier a ser alvo de uma divisão no futuro, o eBird atualizará automaticamente as suas listas. Por exemplo, se mora no Texas, onde a mariquita-coroada pode ser da subespécie da coronata ou auduboni, o que acontecerá quando eles forem separados? Quaisquer avistamentos que você inserir como "mariquita-coroada (coronata)" serão movidos para a nova espécie "mariquita-coroada" e da mesma forma para auduboni, mas quaisquer avistamentos que tenha inserido apenas como "mariquita-coroada" tornar-se-iam uma barra: mariquita-coroada /auduboni.


Incentivamos os eBirders a usar esses grupos nos seus registos sempre que possível; pode sempre adicionar qualquer espécie ou grupo à sua lista de observações, bastando para tal pesquisar a taxonomia completa no eBird Mobile ou usando a caixa “Adicionar uma espécie” na web. Se não se sentir confortável ou não entender a que se refere o grupo de subespécies, basta registar as suas observações ao nível de espécie. 


Híbridos e intergrados

Incluímos híbridos que se sabe que ocorrem na natureza e que são suficientemente frequentes e suficientemente distintos para serem identificados e reportados por observadores de aves. Estes casos vão desde híbridos comuns como "Western x Glaucous-winged Gull" e "piadeira x piadeira-americana" a outros muito mais raros como "Berylline x Rivoli’s Hummingbird" ou "White-throated Sparrow x Dark-eyed Junco". Por favor note que os nomes dos híbridos seguem a sequência taxonómica – isto significa que a primeira espécie na sequência é apresentada primeiro no nome do híbrido. Pode rever a lista de híbridos disponíveis, fazendo uma pesquisa por “(híbrido)” na caixa de texto “Encontrar uma espécie” quando está a inserir uma lista de observações.

Ross's X Cackling Goose (híbrido) por Peter Burke (ML81988061)


Também incluímos intergrados, onde a hibridação entre duas subespécies ou ISSFs produz um cruzamento identificável. Por exemplo, como as duas formas de marrequinha-comum (americana e eurasiática) são distintas e cada uma é tratada como um ISSF na taxonomia do eBird, consideramos que o resultado híbrido de um emparelhamento misto constitui um intergrado.


Spuhs e barras

Sempre que for observar aves, verá algumas aves que não consegue identificar. Os eBirders podem registar esses avistamentos incertos no eBird usando 'spuhs' (por exemplo, falcão sp. - um falcão não identificado) ou 'barras' (por exemplo, pardal-do-telhado/pardal-espanhol - um pardal que você sabia que era uma dessas duas espécies, mas não consegue precisar qual).

Melanitta perspicillata / nigra por Nick Newberry/Macaulay Library (ML127294601)


Quando há várias espécies envolvidas, elas são listadas como "spuhs", soletrado "sp." Alguns exemplos são Anas sp., mergulhão sp., Columbidae sp. ou pardal (Passer) sp. Quando há apenas dois membros de um par de espécies possíveis, eles são listados como uma "barra". Os exemplos incluem garça real/garça-vermelha, perna-amarela grande/perna-amarela-pequeno e moleiro-do-ártico/moleiro-rabilongo.


Incentivamos os eBirders a usar estas opções. Spuhs e barras ajudam-nos a saber quando há indivíduos ou bandos de aves que estão demasiado distantes ou apenas foram vistos brevemente, não permitindo uma identificação segura. Isto permite-nos separar situações em que uma espécie pode estar lá (mas estava muito longe ou numa situação de muito difícil identificação), de outras em que ela realmente não estava lá.


Domésticas

Incluímos opções para inserir indivíduos que voam livremente mas pertencem a populações domésticas. Repare que os tipos domésticos no eBird são fenótipos e, portanto, podem ser identificados como sendo aves de origem doméstica, devido à presença de marcas de campo que não são características de populações selvagens. A indicação “forma doméstica” refere-se sempre a uma linhagem distinta e não constitui um juízo de valor, por esse motivo *não deve* ser usada para registar aves que sejam idênticas a aves selvagens, mas que você presume ser fugas de uma gaiola ou de um galinheiro. 


Pato-mudo à esquerda, e pato-mudo (Estabelecido Feral), à direita. Henry Cook / Macaulay Library no Cornell Lab (ML83693491) and Susan Young/Macaulay Library at the Cornell Lab (ML52378881). 


Em geral, as aves domésticas não são contadas nas listas do eBird, mas há duas exceções. O pombo-das-rochas (forma doméstica) representa os pombos selvagens que voam livremente que ocorrem em cidades em todo o mundo; eles são distintos de “pombo-das-rochas (forma selvagem),” que corresponde a aves na área de distribuição nativa com aparência e comportamento de tipo selvagem. A opção mais geral “pombo-das-rochas” destina-se a registar indivíduos de estatuto incerto.


“Pato-mudo (Established Feral)” representa aves de tipo selvagem que têm populações autossustentáveis em áreas como a Flórida; “Pato-mudo (forma doméstica)” é para as populações domésticas fenotipicamente idênticas que não se encontram estabelecidas nas zonas onde ocorrem. A opção “pato-do-mato” deve ser usada para registar aves selvagens na sua área de distribuição original, situada na região neotropical.


Download

A taxonomia do eBird inclui todos os taxa disponíveis no eBird; a a lista de Clements é a espinha dorsal da taxonomia do eBird e inclui unicamente espécies, grupos de subespécies e subespécies (as subespécies não estão disponíveis na taxonomia do eBird). A lista eBird / Clements inclui a fusão das duas listas. Para fazer o download da taxonomia do eBird, da taxonomia do Clements ou de uma versão conjunta, visite página de download da lista Clements / eBird.  


Atualizações Taxonómicas

Como acontece com outras áreas da ciência, tanto a taxonomia de Clements como a taxonomia de eBird constituem um trabalho em evolução. Todos os anos são descritas novas espécies, havendo regularmente novas divisões ou fusões de espécies. Agradecemos toda a colaboração para acompanhar esses rápidos avanços na taxonomia das aves, especialmente da América do Sul e do Velho Mundo.


Se nota que falta alguma espécie, subespécie, híbrido ou “spuh”, ou se encontrar algum erro de ortografia, nomenclatura, taxonomia ou sequência, por favor não deixe de nos informar submetendo um ticket de ajuda acima. Por favor note que, uma vez que as taxonomias do eBird e Clements são atualizadas em Agosto, é importante que o feedback nos seja enviado no início de Maio, de modo a garantir que as alterações ainda podem ser incorporadas na atualização desse mesmo ano.


A taxonomia do eBird é atualizada uma vez por ano em outubro. 


Pode ler as atualizações anuais aqui: 


* As atualizações anteriores a Agosto de 2012 já não se encontram disponíveis online


Apêndices

Apêndice A: Saídas NACC (PDF)

Apêndice B: Saídas SACC (PDF)

Apêndice C: Formulários (PDF)